Tarifa dos EUA pode cortar mais de 140 mil empregos e reduzir PIB do Brasil

Setores estratégicos com forte presença de micro e pequenas indústrias enfrentam impactos variados: produtos isentos dividem espaço com aqueles que permanecem sujeitos à sobretaxa dos EUA.

O aumento tarifário determinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode resultar na eliminação de até 146,6 mil postos de trabalho formais e informais no Brasil em um período de até dois anos. A estimativa faz parte de um levantamento divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
O estudo considera as exceções previstas no decreto presidencial que estabeleceu a sobretaxa de 50%, isentando 694 produtos brasileiros. Esses itens representam cerca de 43% do total exportado para os Estados Unidos em 2024. Entre os produtos isentos estão suco de laranja, aeronaves, veículos leves, celulose, petróleo bruto e fertilizantes. Por outro lado, itens como carne bovina, café e frutas tropicais continuam sujeitos à tarifa.
A Fiemg projeta uma retração de R$ 25,8 bilhões na atividade econômica nacional no curto prazo, o que equivale a uma redução de 0,22% no Produto Interno Bruto (PIB). Os setores de alimentos, metalurgia, aviação, café e sucos — todos com participação direta ou indireta de micro e pequenas indústrias — devem sentir os efeitos da nova política tarifária de forma desigual. Alguns itens, como suco de laranja e aeronaves, foram isentos da sobretaxa, mas outros produtos desses mesmos setores, como café e carne bovina, permanecem sujeitos ao aumento.
Embora representem aproximadamente 1% das exportações diretas para o mercado norte-americano, as micro e pequenas indústrias têm presença relevante nas cadeias produtivas e também serão impactadas pela mudança nas condições comerciais.